
CAMPUS MATA NORTE
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - CAMPUS MATA NORTE
Histórico da Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata
Ontem, Hoje, Amanhã
Profª Tanya A. Felipe
“Nazaré, embalada no tapete verde de seus canaviais festivos, pode gloriar-se porque é sede de um centro que deve irradiar saber, deve ser luz, ser esperança” Gurgel (1970)
“Encravada em plena zona da Mata-Norte, na região açucareira do Estado, a Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata, é centro cultural da região, congregando alunos dos municípios de: Nazaré da Mata, Aliança, Timbaúba, Camutanga, També, Macaparana, Tracunhaém , Carpina, Limoeiro, Frei Miguelino, Paudalho, Paulista e Vicência.” (Formação, 1969:05)
Hoje, depois de quarenta e dois anos de funcionamento, como Unidade e Campus Avançado da Universidade de Pernambuco, situada a 52km do Recife, nossa FFPNM ampliou seu escopo de atuação e vem prestando serviço a 47 municípios, notadamente da Mata Norte, da área Metropolitana do Recife, Jaboatão e Olinda; Assim, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado na formação de mão de obra qualificada para atuar na área de ensino nas redes públicas e privadas, tem cumprido sua missão, já definida desde 1970, que é o “promover o homem do Interior, elevar o nível do nosso povo, preparar aqueles que almejam um porvir melhor.” (Gurgel, 1970:10)
A FFPNM “foi criada graças ao Decreto Lei No 1.357 de 28 de dezembro de 1966, publicado nas folhas 11.300 e 11.301 do Diário Oficial do Estado de Pernambuco do dia 29 de dezembro de 1966”(Formação, 1969:02).
Foi prevista pelo Decreto acima, a incorporação da Faculdade à Fundação de Ensino Superior de Pernambuco (FESP). A FESP, com sede e foro na cidade do Recife, foi uma entidade de direto privado, de conformidade com a Legislação Federal e a Lei Estadual 5.921, de 13 de dezembro de 1966 que tinha como objetivo principal implantar e manter a Universidade de Pernambuco, instituição de ensino e pesquisa em todos os ramos de saber.
A partir de janeiro de 1967, a FFPNM teve o seu primeiro vestibular em abril e, após a Resolução do Conselho Estadual de Educação, através do Decreto nº 73.959, do Presidente da República, de 18 de abril de 1974, publicado no Diário Oficial da União, em 19 de abril de 1974, foi concedido o seu reconhecimento.
“O Conselho Estadual de Educação de Pernambuco, pelo Ofício No 359/67, comunicou a Resolução No 09/67, aprovada em sessão plenária por unanimidade, autorizando o funcionamento dos Cursos das Licenciaturas de Ciências, Estudos Sociais e Letras.” (Formação, 1969:02)
Em 29 de setembro de 1978, o Parecer nº 310/78 do CEE/PE autorizou a conversão desses Cursos de Licenciatura de Curta Duração para Cursos de Licenciatura Plena de Ciências, com habilitações em Biologia e Matemática; Geografia; História e Letras, com habilitações em Português/Francês e Português/Inglês, que foram oferecidos à região a partir de 1979.
Em 10 de janeiro de 1984, a Portaria nº 11 do Ministério da Educação e Cultura converte essas Licenciaturas de Curta Duração em Licenciaturas Plenas. No ano seguinte, a Portaria Ministerial nº 630 de 09 de agosto de 1985, publicada no Diário Oficial da União, em 13 de agosto de 1985, seção I, página 11.731, concedeu o reconhecimento dos referidos cursos ministrados por esta Faculdade.
Ampliando a sua área de atuação, no dia 13 de abril de 1987, é publicado no Diário Oficial da União, o Decreto nº 94.204 de 10 de abril de 1987 que autorizava o funcionamento, na FFPNM, do Curso de Pedagogia, com habilitações em Administração e Supervisão Escolar, para exercício nas escolas de 1º e 2º graus.
A FFPNM foi unidade da Fundação do Ensino Superior (FESP) até 1991, quando a Portaria Ministerial nº 964 de 12 de junho, publicada no Diário Oficial da União no dia 13/06/91, reconheceu a FESP e, em conseqüência, os cursos ministrados por suas Unidades de Ensino, como Universidade de Pernambuco (UPE).
Como Universidade Estadual, a UPE tem sido genuinamente pernambucana por atuar em todo o Estado através de seus vários campus.
Atualmente, na FFPNM são oferecidos os Cursos de Licenciatura Plena em: História; Geografia; Pedagogia, Letras, habilitação em Português/Inglês; Ciências Biológicas e Matemática. Estes dois últimos cursos começaram no ano de 2001, uma vez que o curso de Ciências, habilitação em Biologia e Matemática, deixou de existir e suas habilitações foram reestruturadas e transformadas nos cursos de Biologia e Matemática. O objetivo dessa mudança foi o de oferecer cursos que capacitassem com mais profundidade e especificidade nessas duas áreas já que o próprio Ministério da Educação tem avaliado nossas habilitações do curso de Ciência como cursos de áreas específicas de conhecimento, exigindo assim a divisão. O curso de Letras, a partir de 1983 deixou de oferecer a habilitação em Português/Francês devido aos candidatos ao vestibular não terem feito opção por essa habilitação uma vez que a língua francesa havia sido retirada da grade curricular das redes públicas. Atualmente tem sido solicitada, por parte do corpo discente, a habilitação Português/Espanhol, mas como o quadro de professores da FFPNM, como será mostrado abaixo, é insuficiente até para os cursos que já estão em funcionamento, o Departamento de Letras fica impossibilitado de atender ao pleito dos estudantes.
Além dos cursos regulares acima, a partir 2000 a FFPNM iniciou o Programa Especial de Licenciatura Plena em Pedagogia – PROGRAPE, com área de aprofundamento em Educação Infantil e Ensino Fundamental – 1ª a 4ª séries. Este programa é fundamentado na Lei 9.394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDB que visa a atender as exigências de que todos os profissionais, atuantes da Educação, tenham formação completa em nível superior. O programa foi criado pela Resolução CONSUN nº 21/99, de 26 de outubro de 1999 e tem dinamizado a região porque tanto seu corpo discente como docente são professores das municipalidades, da rede estadual e universidades.
A Mata Norte está se desenvolvendo e sua população aumentando, por isso além dos cursos que já são oferecidos, precisam ser criados novos cursos para atender às necessidades e demandas na área de Ensino, como Cursos de Licenciatura em Física, Química e Música, Informática Educativa, além de Cursos, em nível superior, para a área de Informática.
Segundo o Relatório Final da pesquisa realizada pela UPE, “Expectativas dos Estudantes do 2oGrau, Ingressos e Egressos do 3o Grau, Residentes no Interior de Pernambuco, em Relação a Cursos de Graduação e Especialização”, a FFPNM é responsável pelo maior contingente de egressos no interior de Pernambuco e a maioria deles tem exercido funções ligadas ao Ensino, tendo sido o curso a base para a vida profissional, daí a necessidade de ampliação para se criar mais alternativas.
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O vai-e-vem de docentes nesses últimos anos
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O corpo docente da FFPNM, quando da sua instalação em 1969, era composto por vinte e sete (27) professores que trabalharam com cento e oitenta e seis (186) alunos que se matricularam nos três cursos, após seleção através de vestibular (Formação, 1969:4-5). A proporção era de 6,8 alunos por professor, uma média compatível com outras universidades.
Hoje, não se têm registros das transformações ocorridas e de todos os professores que já passaram por esse centro acadêmico, mas nesses últimos dez anos, o corpo docente tem diminuído consideravelmente devido a aposentadorias, falecimentos, transferências e pedidos de demissões voluntárias, além de afastamento para qualificação. Como não tem havido o preenchimento dessas vagas por novos professores, através de concurso público, estamos tendo de sobrecarregar nosso corpo docente com atividades de ensino, prejudicando a pesquisa e extensão e estamos, também, tendo que fazer contratação semestral de prestadores de serviço, que não podem desenvolver um trabalho mais continuado devido ao tipo de vínculo temporário.
Outro agravante é que essas contratações têm comprometido nossa receita já que o pagamento desses professores tem sido de nossa responsabilidade, por isso temos de retirar das taxas de mensalidade, pagas pelos alunos, o pagamento para essa despesa, o que traz prejuízo para todas as outras exigidas para o funcionamento da Unidade, uma vez que o Governo tem assumido somente a folha de pagamento do quadro efetivo de professores e funcionários. Estas questões precisam ser resolvidas se se quer realmente ter uma Universidade Pública de qualidade, já que seu corpo docente precisa ter condições e tempo também para outras atividades acadêmicas além de ensino; caso contrário, continuará inviável o desenvolvimento de linhas de pesquisa, através de grupos de trabalho, com esse número suficiente de professores que impossibilita que eles possam juntos pesquisar, produzir e fazer escola. Atualmente há departamentos somente com um professor para certas áreas que exigiriam vários professores, dificultando até o planejamento de modificações curriculares.
Além das perdas permanentes, mesmo tendo a maioria de nosso corpo docente, uma carga horária máxima de quarenta horas/horas semanais, esse quantitativo se torna ainda mais insuficiente devido ao fato de sempre estar havendo afastamento de professores para cursos ou licenças, o que tem exigido professores à dfisposição, já que não se pode fazer concurso nem para professor substituto.
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A garra de nossos funcionários
Nesses últimos dez anos, nossa Unidade tem crescido, novas tecnologias foram incorporadas para melhor atendimento e desempenho, mas nem no nosso quadro administrativo como também nos quadros dos setores de serviços gerais, transporte e apoio técnico houve alteração. Em 2005 passamos de 38 para 36 funcionários que vêm dando o suporte para o atendimento, até ano passado, a 2.523 alunos, distribuídos em 31 salas de aulas, além dos serviços nos prédios administrativos, serviços gerais, 8 laboratórios, apoio técnico, recursos audiovisuais, transporte e biblioteca.


